Quando a cidade sofre uma tempestade é muito fácil perceber que a chuva caiu durante a madrugada. Mesmo que o céu já esteja claro, sol brilhando, os galhos e folhas de árvore ainda estão no chão, junto com as poças de água, atrapalhando o caminho de quem anda.
Isto não acontece com uma chuva de verão, á tarde, enquanto você tirava uma soneca. Você olha pela janela e vê o asfalto seco, quente. Olha para o céu, azul, e o sol, com aquela cor indefinida, maçaricando a cidade. Desvia o olhar do sol, olha novamente para o céu e imagina Pedro, lá, se divertindo com nosso suor. E pergunta: "e aí, Pedroca, quando é que vai cair uma água para refrescar a cidade, hein?" E ele ri da sua ignorância.
O mesmo acontece com as frases curtas. Elas chegam, se mostram, causam o tradicional engarrafamento na sua cabeça, mas logo vão embora, como se não tivessem existido.
As frases longas, não. Estas meninas lindas, caprichadas e caprichosas realmente mostram a que vieram. Ainda que você só consiga perceber o depois delas, elas tiveram um antes e um durante.
Um raio vem. Eu olho para ele e, se consigo vê-lo claramente, pouco depois ouço o trovão. Isto é sinal de que a tempestade está próxima de mim e preciso me abrigar na frente do computador com um editor de texto qualquer aberto. Normalmente a chuva começa fraca, e eu penso que não vai ser nada, só alarme falso, mas logo começam as porradas de água, barulho, tensão, inquietude e dedos nervosos.
Quando a chuva passa (será que ainda vou ter um dilúvio?), olho para o texto, para ver se ela não destruiu nada, pontos ou acentos, por exemplo, e aperto publicar.
Muito, bom!
Achei(no início) que fosse uma dissertação, mas é uma narrativa muito bem contruída!
E pode ser publicada no seu livro de crônicas!
Os períodos mais curtos, tornam o texto mais clean, e mais fácil de se compreender(a qualquer pessoa).
Uma pena(ou não) que essas tempestades não sejam mais frequentes!!
Bjos!
Ora, não é que é bom, mesmo? Nem lembrava!
Ju, adoro seus comentários!